A ideia era palmilhar a cidade e descobrir bem mais do que os olhos enxergavam. A “Caminhada cultural” conduzida pela arquiteta Simone Neutzling na manhã de sábado(19) reuniu cerca de 60 pessoas e teve como ponto de partida a Catedral São Francisco de Paula, em Pelotas.
A atividade promovida pela Perene Patrimônio Cultural fez parte do mosaico de atrações do Dia do Patrimônio de Pelotas, que contou com grande participação da comunidade nos mais diferentes locais.
Itinerário
O itinerário da caminhada contemplou sete prédios históricos, em um trajeto de 1,5 quilômetros pela área central da cidade. Segundo a arquiteta, o objetivo era compartilhar curiosidades sobre o processo de restauração dos prédios do roteiro.
Ela lembrou que quando foi convidada, em 2009, para fazer o projeto de restauro da Catedral, o que mais a surpreendeu foi entender as camadas do tempo. Os bastidores desse tempo entre a primeira capela e o prédio que vemos hoje.
“Por isso a importância dessa atividade, que tem o objetivo de detalhar um pouco mais sobre as características de cada edificação, seus materiais, sistemas construtivos, além das instigantes descobertas que ocorrem no cotidiano de uma obra de restauração”, salientou.
Roda de Conversa
Os olhares atentos acolheram com interesse o convite a esse mergulho no tempo. A caminhada partiu da igreja que é o marco zero da cidade, passando pela Casa XV, Casa 08, Casa 06, Casa 02, Catedral Anglicana até chegar ao Espaço de Arte Daniel Bellora (EADB), onde ocorreu uma roda de conversa e os participantes receberam de presente uma ilustração com prédios históricos.
A pelotense Liberaci Souza Soares, radicada há anos na capital paulista, conta que apesar de ter nascido na cidade não conhecia vários dos prédios visitados. “Para mim foi fantástico conhecer cada pedacinho dos prédios, os materiais que são feitos e me fez recordar também boas memórias”, observou.
Ela lembrou do tempo em que os pais eram vivos e a cada final de ano pintavam a fachada da casa da família com cal para receber os filhos que vinham de São Paulo.
Educação Patrimonial
Além desse olhar para o passado a programação também sugeriu vislumbrar o futuro. As ações de Educação Patrimonial (EP) são fundamentais para que o patrimônio histórico seja parte da vida da comunidade.
No sábado(19), uma roda de conversa no Salão São José, da Catedral São Francisco de Paula, coordenada pelas educadoras Liza Bilhalva e Marta Bonow, abordou o tema com um grupo de profissionais que trabalham com patrimônio. A museóloga Jossana Peil, o historiador Darlan Marchi, a arquiteta Simone Neutzling e o diretor do Teatro Sete de abril, Giorgio Ronna compartilharam suas experiências pessoais e vislumbraram perspectivas futuras.
Foto: Conversa EP dia do Patrimonio – Crédito Sofia Mazza Machado
No domingo(20) a atividade aconteceu na Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Igreja do Porto, que em breve começará a obra de restauro e atividades de EP. Segundo a antropóloga e educadora, Liza Bilhalva as crianças foram convidadas a perceber e desenhar o patrimônio. “Eles receberam uma ilustração da igreja para pintura e depois de conhecerem o interior da igreja foram convidados a observar e desenhar em uma grande folha de papel que posteriormente será colada nos tapumes da obra”, resumiu.
Fonte: Gabriela Mazza – Jornalista – MtB: 9838 – Satolep Press
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Editor, gestor de conteúdo, fundador do ecult. Redator e pretenso escritor, autor do romance Três contra Todos. Produtor Cultural sempre que possível.
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