Circuito Skate Sesc agita a Pista Pública de Pelotas

Narrador Emanuel Bueno e a nova geração se divertiram no fim de semana de muito skate em Pelotas.

A imagem dos competidores comemorando todas as manobras mostra o verdadeiro espírito do skate. Mesmo em um campeonato, para os skatistas, a amizade é mais inspiradora que a competitividade. Os eventos esportivos para a turma do skate despertam o intercâmbio de estilos e o aprendizado. É o momento de promover a coletividade de um exercício individual. Fazendo uma festa direcionada para a essência que os skatistas procuram constantemente: a evolução.

E foi com amplificação da skate music, tocada pelo DJ Anarquia 053, que a Pista Pública de Pelotas (PPP) recebeu o 1º Circuito Skate Sesc. No fim de semana de 30/09 e 1/10, o campeonato regional de skate street reuniu participantes de Rio Grande, Bagé, Jaguarão, Gravataí, Alvorada, Porto Alegre, do Uruguai, de São Paulo, junto a comunidade local, num evento que proporcionou encontros e diversão.

Um guri equipado de capacete, joelheira e cotoveleira deu início a competição na categoria Mirim. Uma senhora que passava puxando seu carrinho de feira, apoiou-se na grade de contenção e ficou admirada ao ver a velocidade com que aqueles pequenos skatistas subiam e desciam as rampas, batiam forte o shape para saltar e deslizar nos obstáculos. Era a nova geração mostrando o resultado do exercício oportunizado pela nova PPP, construída no parque Dom Antônio Zattera.

Ainda no sábado, o artista Junior Asnoum deu início a pintura que cobriu toda extensão do bowl. Ao longo da tarde, houve quem puxou o capuz do moletom, enquanto outros vestiram uma jaqueta para acompanhar a categoria Iniciante. A turma de skatistas locais da PPP, conhecida como “os caixa baixa”, criaram um clima de brincadeira e descontração, aproveitando com sabedoria as vivências que o skate oferece.

No Circuito Skate Sesc, cada participante tinha quarenta e cinco segundos para apresentar a sua performance, com três juízes acompanhando o desempenho. Em todas as modalidades, no período de aquecimento, os skatistas acertavam suas manobras com controle. No entanto, no momento em que a pista estava vazia e todo público mantinha a atenção sobre o competidor, muitos erraram manobras que normalmente conseguem acertar. Um dos fatores decisivos para obter um bom desempenho é o nível de concentração.

“Vamos fazer barulho PPP”, pedia no microfone o narrador Emanuel Bueno (Maneca). Em um domingo com sol morno de primavera, a arquibancada ficou lotada para assistir a categoria Amador. Os skatistas dessa categoria já praticam o skate há um bom tempo. É comum estarem com os tênis rasgados, amarrados com cadarço reserva de cor diferente, em consequência do atrito constante dos calçados com a lixa do shape. É o esforço do treinamento para manter as manobras na base. Resultado apresentado com desenvoltura por um skatista local.

O Flávio “Gigante” estava preparado quando o Maneca avisou, “a partir da primeira manobra começa a contar o tempo”. Quando ele se posicionou para descer a rampa, não ouvia mais os sons ao seu redor, sua visão tinha foco apenas em seus pés e no skate. Primeiro percebeu a batida no chão, depois o shape raspando no concreto, em seguida as rodinhas aterrizando, foi a execução perfeita de um switch stance frontside tailslide. Subiu no vulcão, dropou e, saltando na rampa, o ruído seguinte foi da tábua em contato com o metal do corrimão, num frontside boardslide. Desceu o quarter, ajeitou o pé esquerdo mais para a lateral do shape e mandou um flip backside boardslide no trilho. Fez a volta, direcionou-se para extensão inclinada do trilho e impulsionou o skate num giro de duzentos e setenta graus, deslizou novamente com a parte do meio do shape, encaixou o bigspin frontside rockslide na base, e saiu andando. Só então percebeu que a pista toda vibrava intensamente.

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Veja como foi o evento em registros do fotógrafo Marco Castro @marcoecolc