
A vingança é um jardim selvagem éo primeiro espetáculo solo da carreira da atriz Priscilla Colombi. Com direção e composição dramatúrgica de Patrícia Fagundes, a montagem autoral foi desenvolvida durante o processo de ensaios, que costura e celebra histórias de mulheres que vingam como erva selvagem. A peça estará em cartaz de 24 de outubro a 2 de novembro, às sextas-feiras e sábados, às 20h30min, e aos domingos, às 19h, na Zona Cultural (Av. Alberto Bins, 900 — bairro Floresta, Porto Alegre). Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla.
O roteiro se estrutura a partir da busca da protagonista — uma artista escritora — pela vida extraordinária de Veronika V, que se desdobra em muitas: professora, viajante, cantora, pistoleira e aventureira. A trama se permite brincar com imaginários de vingança e vingadoras, filmes e personagens, repertórios e memórias. Nessa busca, percorre diversos lugares, experiências e encontros com mulheres marcantes, misturando real e ficção.
— A Priscilla, de certa forma, sempre entra em cena, ainda que eu assuma vários papéis nesta montagem. A atriz empresta o seu corpo e as suas experiências para a criação. Nesse espetáculo, entra um pouco de tudo, de toda a minha trajetória profissional e de vida, o que lembro e o que já esqueci, minhas alegrias e minhas perdas, amores e dissabores. Eu sempre ofereço e deixo um pouco de mim no palco: teatro é troca, é encontro e celebração — revela Priscilla Colombi.
O projeto celebra os 21 anos da Cia. Rústica. A atração dá continuidade à pesquisa de linguagem festiva da trupe, que mistura pop e poesia, real e ficção, reflexão e humor, teatro, vídeo, música, dança e palavra.
— É o que busco há muito tempo como artista da cena: desenvolver criações que dialoguem com todo tipo de público, que sejam abertas, generosas e acessíveis para além de nichos especializados, digamos. Essa busca está relacionada com a festividade na criação cênica. Esse entendimento de que teatro é festa, e festa é política, desvio e invenção de mundo. Por outro lado, falar de mulheres é falar de gente, de pessoas do mundo todo, metade da população do planeta. O espetáculo retrata mulheres que nos inspiram e inspiram transformações, levantes do tempo, fala de nós, de sonhos, imaginações e criações — explica Patrícia Fagundes.
A produção também marca a parceria entre a atriz e a diretora, que trabalham juntas há quase duas décadas.
— O processo de criação envolve muito do que eu e a Patrícia acreditamos como teatro. Essa afinação artística que tivemos, entre o que eu trago para a cena e o que ela traz, é evidente no palco. Então, a peça explora muito a palavra, o corpo, a música, o humor e a crítica, a leveza e a intensidade, a quebra de ritmos e atmosferas, cenas marcadas e movimentos precisos — acrescenta a atriz.
Mas Patrícia Fagundes deixa claro que será Priscilla que irá expor, sobre o palco, a essência da montagem.
— Temos uma trajetória de trabalho compartilhado, que nos faz começar de um ponto avançado: nos conhecemos como pessoas e como artistas. Então, há uma cumplicidade e uma intimidade criativa que marca o processo. A atuação é o eixo da cena. Teatro é uma arte da atuação e do encontro, do corpo, da gambiarra, da invenção no jogo com o público — diz a encenadora.
A vingança é um jardim selvagem vai abordar urgências de nosso tempo com uma equipe predominantemente feminina, além de Priscilla e Patrícia. Simone Rasslan assina a trilha sonora e Marga Ferreira, a iluminação. Os figurinos foram criados por Carol Scortegagna. Os vídeos são de Lívia Pasqual. A cenografia é Yara Balboni, a arte gráfica de Manoele Scortegagna e a produção executiva de Eduarda Rhoden. O projeto tem financiamento da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) por meio do Edital SEDAC nº 26/2024 PNAB RS — Artes Cênicas.
Antes ou depois das apresentações, o público também poderá se divertir no Bar da Zona, que abrirá uma hora antes das sessões e irá fechar à meia-noite, nas sextas-feiras e nos sábados, e às 22h30min, nos domingos. Entre as especialidades do cardápio, estão panquecas de espinafre com ricota e nozes ou de carne desfiada com queijo. Para beber, há vinhos, espumantes, cervejas, água e refrigerantes, além de drinks clássicos e autorais.
Outras informações podem ser obtidas pelas redes sociais (@zonaculturalpoa).
>> FICHA TÉCNICA:
Atuação: Priscilla Colombi; Direção e Composição Dramatúrgica: Patrícia Fagundes; Trilha Sonora: Simone Rasslan; Cenografia: Yara Balboni; Figurino: Carol Scortegagna; Vídeos e fotos do material gráfico: Livia Pasqual; Iluminação: Marga Ferreira; Arte Gráfica: Manoele Scortegagna; Produção Executiva: Eduarda Rhoden; Apoio de Produção: Ale Agnes e Laura Fensterseifer; Administração: Diego Nardi; Realização: Cia. Rústica.
>> A ATRIZ:
Priscilla Colombi é atriz, bacharel em teatro pelo Departamento de Arte Dramática da UFRGS (2009) e formada pelo Curso Formação de Atores do TEPA (2004). Pela Cia. Rústica, integra o elenco de vários espetáculos, vencendo o Prêmio Braskem de Melhor Atriz por Fala do Silêncio (2017). Tem a trajetória marcada pela dança e pelas artes marciais. Além destas, qualifica seu trabalho na área da música, estudando percussão com Fernando do Ó e bateria com César Audi. Protagoniza a série A Benção, exibida em 2020 pelo Canal Brasil e Globoplay. Já no cinema, integrou o elenco de Perseguição e Cerco a Juvêncio Gutierrez (direção de Tabajara Ruas) e Nós a Nós (direção de Victor di Marco e Márcio Picoli).
>> A DIRETORA:
Docente no Departamento de Arte Dramática e no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFRGS, Patrícia Fagundes é encenadora, artista da cena, produtora, professora e pesquisadora. Fez doutorado em Madrid, mestrado em Londres, mas a ideia sempre foi morar e criar na cidade onde nasceu, Porto Alegre. É fundadora da Zona Cultural e da Cia Rústica de Teatro, na qual dirigiu e compôs a dramaturgia de diversos espetáculos e outras experiências cênicas, recebendo vários prêmios e indicações Açorianos e Braskem de melhor direção e espetáculo. Desenvolve investigações e criações relacionadas ao teatro como estado de encontro, cena no espaço urbano, criação de dramaturgia, festividade, cabarés do sul do mundo, diálogos entre arte e sociedade.
>> SERVIÇO:
QUANDO: De 24/10 a 02/11, sextas-feiras e sábados às 20h30min e domingos às 19h.
ONDE: Zona Cultural (Av. Alberto Bins, 900 — bairro Floresta, Porto Alegre)
QUANTO: De R$ 30 a R$ 60,00
INGRESSOS ON-LINE: https://tri.rs/event/a-vinganca-e-um-jardim-selvagem

Jornalista, assessor de imprensa, apaixonado por cinema, artes e viagens.
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