Em um vilarejo rural de colonização alemã, a pequena Ana assiste a uma peça sobre a história do Thiltapes, um perigoso animal que vive na mata cuja forma real ninguém conhece. Duzentos anos antes, um botanista que escreve sobre a região ouve falar sobre esse mesmo animal. As histórias se intercalam, ambos em uma obcecada busca pelo Thiltapes imaginário, ao mesmo tempo em que encaram seus próprios demônios.
Esta é a trama de “Bicho Monstro”, longa de Germano de Oliveira, que faz sua estreia na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, dentro da Competição Novos Diretores. Drama com elementos fantásticos, o filme passa no dia 21 de outubro, segunda-feira, às 21h45min, no Reserva Cultural – Sala 1; na quarta (23), no Instituto Moreira Salles Paulista, às 17h45min, e no domingo (27), no Cinesystem Frei Caneca 4, às 16h10min. Os ingressos estão à venda no site da Mostra.
Nascido em Campo Bom (RS), o diretor buscou inspiração no realismo fantástico e em sua familiaridade com os vilarejos interioranos. Da junção desses elementos veio o Thiltapes, o pássaro fantasioso referenciado em áreas de imigração alemã: “desse contato vem a ideia de trabalhar esse registro de um animal muito local, uma lenda muito contada na região, e tentar explorar um pouco essas diferentes versões que essa lenda, esse mito pode assumir”.
O longa foi gravado nas cidades de Santa Maria do Herval e Morro Reuter, interior gaúcho. “São muitas as formas possíveis do animal imaginário, assim como o tom com que a história pode se apresentar: desde uma brincadeira engraçada até um conto de terror”, explica o realizador. “O filme busca apresentar essa profusão de formas da mesma história e o contágio dessa narrativa através do tempo. A partir dela, tanto uma menina no presente, como um botanista no passado inventam seus próprios monstros a partir de seus conflitos pessoai”, resume.
O elenco traz Araci Esteves, Kamilly Wagner, Décio Worst e Carlos Alberto Klein. “Bicho Monstro” é o longa de estreia de Germano de Oliveira, conhecido por seu trabalho como montador. Entre seus trabalhos nesta função estão quatro séries e 13 longas, entre eles “7 Prisioneiros” da Netflix, com o qual ganhou o prêmio de melhor montagem no IX Prêmio Platino do Cinema e do Audiovisual Ibero-americano. É dele também a montagem do filme “Tinta Bruta” (2018) e da série “Boca a Boca” (2020).
O longa é uma produção da Casa de Cinema de Porto Alegre e Vulcana Cinema, em coprodução com a Avante Filmes. A distribuição é da Boulevard Filmes e Vitrine Filmes. O financiamento é do Fumproarte e Fundo Setorial do Audiovisual – FSA.
Ficha técnica
Equipe:
Direção: Germano de Oliveira
Roteiro: Germano de Oliveira, Igor Verde e Marcela Ilha Bordin
Produção: Jessica Luz e Paola Wink
Co-Produção: Ana Luiza Azevedo, Nora Goulart, Filipe Matzembacher e Marcio Reolon
Direção De Fotografia: Bruno Polidoro
Montagem: Bruno Carboni e Germano de Oliveira
Direção De Arte: Gabriela Burck
Produção De Elenco: Jessica Luz, Germano de Oliveira e Rodrigo Scheid
Desenho De Som: Tiago Bello
Trilha Sonora Original: Caio Amon
Mixagem: Tiago Bello
Técnico De Som Direto: Tomaz Borges
Maquiagem: Juliane Senna
Figurino: Gabriela Güez
Elenco:
Ana: Kamilly Wagner
Bertha: Araci Esteves
Heitor: Décio Worst
Júnior: Daniel Tonin Lorenzon
Botanista: Pascal Berten
Firmino: Geraldo Souza
Mariano: Alex Pantera
Matias: Carlos Alberto Klein
Logline:
Em um vilarejo rural, a pequena Ana se impressiona com uma peça sobre o misterioso Thiltapes. Duzentos anos antes, um botanista alemão ouve uma história sobre esse mesmo animal. Enquanto lidam com dilemas distintos, ambos perseguem a mesma criatura.
Sinopse curta:
Em um vilarejo rural de colonização alemã, a pequena Ana assiste a uma peça sobre a história do Thiltapes, um perigoso animal que vive na mata cuja forma real ninguém conhece. Duzentos anos antes, um botanista que escreve sobre a região ouve falar sobre esse mesmo animal. As histórias se intercalam, ambos em uma obcecada busca pelo Thiltapes imaginário, ao mesmo tempo em que encaram seus próprios demônios: o debilitado Botanista ávido por uma descoberta que justifique sua viagem e Ana intrigada com seu pai, suspeito de ter cometido um crime brutal contra a vaca de um vizinho.
Sobre Germano de Oliveira
Germano de Oliveira (Campo Bom (RS), 1988) é montador, roteirista e diretor. Possui graduação em Realização Audiovisual (2011) pela UNISINOS e mestrado em Comunicação Social pela PUCRS (2015). Como montador, trabalhou em filmes como TINTA BRUTA (Teddy Berlinale 2018), MINHA MÃE É UMA VACA (Veneza 2024), O ACIDENTE (Tallinn Black Nights 2022), ZONA ÁRIDA (Dok Leipzig 2019), CIDADES FANTASMAS (Melhor Filme É Tudo Verdade 2017), BEIRA-MAR (Berlinale 2015), entre outros, e em séries de plataformas como Netflix e HBOMax. Em 2021, ganhou o Prêmio Platino pela montagem de 7 PRISIONEIROS (Veneza e Toronto 2022); também montou e co-escreveu o roteiro de MÚSICA PARA QUANDO AS LUZES SE APAGAM (premiado no Visions du Réel e Sheffield DocFest 2017) e de SEMPRE PARTIR (FID Marseille 2014). É sócio da produtora AVANTE FILMES, juntamente de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon. BICHO MONSTRO é seu primeiro longa-metragem como diretor.
Sobre Vulcana Cinema
Vulcana Cinema é uma produtora de cinema fundada por Jessica Luz e Paola Wink. Seus longas-metragens incluem O EMPREGADO E O PATRÃO de Manuel Nieto Zas (Quinzena dos Realizadores de Cannes 2021), TINTA BRUTA de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher (Prêmios Teddy e CICAE na Panorama do Festival de Berlim 2018), RIFLE (Forum do Festival de Berlim 2017) e CASTANHA (Forum do Festival de Berlim 2014), ambos dirigidos por Davi Pretto.
Com foco em cinema de autor, coproduções nacionais e internacionais, a produtora já produziu e lançou 8 longa-metragens, entre eles, 5 coproduções internacionais. Seus projetos foram contemplados com importantes fundos como Hubert Bals Fund, Vision Sud Est, World Cinema Fund, IDFA Bertha Fund e NRW e participaram em laboratórios como EAVE Puentes, Berlinale Talent Project Market, Torino Film Lab e Binger Film Lab. Seus projetos mais recentes incluem CONTINENTE (coprodução Brasil, França e Argentina) de Davi Pretto, DE GUINÉ (Hubert Bals Fund 2019 para desenvolvimento) de Caroline Leone, A SOLIDÃO DOS JOVENS ATORES (em pós-produção, Berlinale Co-Production Market 2021) do duo Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, TALISMÃ (com previsão de gravação para o início de 2025) de Thais Fujinaga, e CULEBRA NEGRA (coprodução entre Colômbia, Brasil e França em pós-produção).
Sobre Casa de Cinema de Porto Alegre
“Buscamos um cinema centrado no autor, mas estruturado no trabalho de equipe e voltado para o público. Tudo que já fizemos, de bom ou de ruim, vem dessa aparente contradição.”
Em 2022 a Casa de Cinema de Porto Alegre completou 35 anos de atividades ininterruptas no audiovisual brasileiro feito no Rio Grande do Sul.
A Casa começou, em outubro de 1987, como uma cooperativa informal de cineastas gaúchos que já trabalhavam em conjunto desde o início dos anos 80.
A partir de 1991, a Casa de Cinema de Porto Alegre se tornou uma produtora independente, com 6 sócios, permanecendo o espírito cooperativo e a intenção de continuar contribuindo para a difusão dos filmes produzidos pelo grupo original.
Em setembro de 2011, houve uma nova alteração na composição da Casa. Os quatro sócios atuais são Ana Luiza Azevedo, Giba Assis Brasil, Jorge Furtado e Nora Goulart.
Em seus 35 anos de existência, a Casa produziu centenas de filmes e vídeos, programas de televisão (especiais e séries), cursos de roteiro e de introdução à realização cinematográfica, fórums de debates e programas eleitorais para TV.
A Casa de Cinema já teve como parceiros e clientes: Channel 4 (Inglaterra), ZDF (Alemanha), HBO (América Latina), Fox Film do Brasil, Columbia Tristar, Sony, Fundação MacArthur, TV Globo, RBS TV, Canal Futura, Canal Brasil, Canal Curta, entre outros.
A capacidade dos profissionais associados, atestada pela resposta de público e crítica, assim como pelos prêmios conquistados em festivais nacionais e internacionais, transformou a Casa de Cinema de Porto Alegre numa referência do cinema brasileiro contemporâneo.
Empresa Distribuidora:
Sobre Boulevard Filmes
A Boulevard Filmes, em operação desde 2013, é uma produtora e distribuidora audiovisual sediada em São Paulo, que busca o equilíbrio entre projetos autorais e demandas de mercado, focando em estratégias de produção e de distribuição compatíveis com cada projeto. A empresa se dedica principalmente à produção (curtas e longas) e distribuição (longas) de cinema brasileiro independente. A versatilidade e a busca pela diversidade são suas principais características, firmando parcerias com diretores e produtoras de Norte ao Sul do país.
Enquanto distribuidora, é responsável pelo lançamento comercial de mais de 20 longas, como: Amor, Plástico e Barulho, Carro Rei, Histórias que o nosso cinema (não) contava, Libelu – Abaixo a Ditadura, Legalidade, Raia 4, Proibido Nascer no Paraíso, Bizarros Peixes das Fossas Abissais, dentre outros.
Sobre Vitrine Filmes
Por mais de uma década, a Vitrine Filmes se dedica à distribuição de narrativas autorais e independentes, investindo no crescimento e na valorização do cinema brasileiro es latino-americano.
Nesses 14 anos de atuação, a Vitrine foi pioneira ao explorar o circuito exibidor de maneira descentralizada, através do projeto Sessão Vitrine, e segue inovando ao expandir suas áreas de atuação, desenvolvendo e produzindo conteúdos, ao mesmo tempo em que oferece capacitação aos profissionais do audiovisual, através do Vitrine Lab.
Ao longo dessa história, 5 milhões de pessoas já foram impactadas pelos filmes da Vitrine em salas de cinema, além de outras centenas de milhões que tiveram acesso aos conteúdos em outras janelas.. Do nosso catálogo, podemos destacar “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, vencedor do Prêmio do Júri do Festival de Cannes 2019. “Druk – Mais Uma Rodada”, de Thomas Vinterberg, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2021, e “Nosso Sonho”, a cinebiografia de Claudinho e Buchecha, dirigida por Eduardo Albergaria, filme brasileiro mais visto em salas de cinema no ano de 2023.
Em 2024, celebramos mais uma edição do projeto Sessão Vitrine Petrobras, que trouxe aos cinemas uma cópia restaurada de “A Hora da Estrela” de Suzana Amaral, e títulos premiados como “Bizarros Peixes das Fossas Abissais”, de Marão, “Sem Coração”, de Nara Normande e Tião e “Cidade; Campo”, de Juliana Rojas.
Reiterando seu compromisso com o futuro do cinema autoral, a Vitrine Filmes também investe no desenvolvimento de três projetos de longas-metragens através do núcleo criativo Vozes do Futuro: Olhares Femininos. Entre 2024 e 2025, as roteiristas Thais Fujinaga, Nina Kopko, Tainá Muhringer e Alice Name-Bomtempo terão projetos incubados na Vitrine Filmes através de um processo de criação colaborativa, focado tanto na excelência estética e narrativa, quanto em estratégias de comercialização nas mais diversas janelas e territórios.
Para 2025, estão confirmadas os lançamentos de “Baby”, de Marcelo Caetano, exibido na Semana da Crítica de Cannes 2024 e “O Agente Secreto”, novo longa-metragem de Kleber Mendonça Filho com Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido e Gabriel Leone no elenco.
Jornalista, assessor de imprensa e fotógrafo mais-ou-menos-amador. Entusiasta das pautas culturais – sempre aprendendo coisas novas (por aí).
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