Inteligência artificial e experimentos tipográficos marcam as exposições de artista gráfico gaúcho em Campinas (SP)


Novas tecnologias e a simplicidade (ou riqueza) das letras. O artista gráfico porto-alegrense, Roger Monteiro, leva a Campinas, uma das mais importantes cidades paulistas, duas diferentes séries.

A primeira, Bad Typography estará no Museu da Imagem e do Som, dentro da coletiva Museu do Artista no MIS, a partir do dia 16. Já, no dia 20, apresenta telas do seu mais recente trabalho, que integra estética e inteligência artificial. A exposição acontece na Petit Galeria, espaço cultural que, além de arte, também abriga objetos de design e mobiliário contemporâneo.

Monteiro, que também atua como designer gráfico, apresenta diferentes fases da sua produção.

“É a primeira vez que exponho em Campinas. Trago telas que têm forte relação com a minha trajetória e que, de alguma forma, promove um diálogo entre origem e presente; entre o tradicional e o disruptivo. A tipografia, que tem sido elemento importante nos meus 25 de carreira como designer e o uso da inteligência artificial, que é uma espécie de coroamento a do uso das ferramentas digitais no meu trabalho”, mencionou o artista.

A visita a ambas as exposições leva tanto à inquietude quanto à reflexão. São imagens que levam à busca por sentido na linearidade ou, ainda, ao desconforto com o que é pouco habitual. Monteiro gosta de se definir como “poeta do caos”. Não por acaso, suas obras suscitam, assim, reflexões, conexões e abrem a perspectiva para novas formas de pensar.

No final de outubro, o artista terá seu trabalho exposto no Carrousel du Louvre, em Paris.

Exposição Museu de Artista (MIS): Bad Typography – 16 de setembro a 16 de outubro

Aqui, Monteiro escolhe telas da sua série “Bad Typography”. As obras mesclam estética, cores e tipografia que convergem em significados. Bad Typography estimula uma conexão com o visitante que as observa na busca de sentido, para além da forma. “Toda letra, antes de ser uma letra, é um desenho, uma forma gráfica que, apenas pela convenção, irá se tornar um signo carregado de significado. Sempre que não compartilhamos desse código, percebemos a escrita como mera mancha sobre o papel”, comenta o artista. A curadoria da exposição Museu do Artista no MIS é de Andrezza Kniff.

Petit Galeria Expo: Inteligência artificial em telas – 20 de setembro a 20 de dezembro

A organização da Mostra selecionou duas obras dos mais recentes experimentos do artista gaúcho, que utiliza plataformas de inteligência artificial generativas de imagem. “O uso dessas ferramentas dentro do território sacralizado da arte ainda causa controvérsia, mas ao longo da história da arte nos deparamos com vários desses momentos de inflexão. Foi assim com a fotografia. Foi assim com o abstracionismo. Foi assim com a computação gráfica. Entretanto, para além do primeiro embate entre detratores e entusiastas, os avanços da técnica sempre conseguiram alcançar um ponto de maturidade, a partir do qual passaram a ser aceitos como o que na verdade são: mais uma ferramenta a serviço do fazer artístico. Com a inteligência artificial não é diferente: estamos todos aprendendo a lidar com seus aspectos técnicos, éticos, estéticos. As possibilidades são infinitas e é papel do artista estar aberto a elas”, ressalta Monteiro.

Roger Monteiro – crédito: Marco Freitas

Serviço

Museu do Artista no MIS (Rua Regente Feijó, 859 – Centro)
16 de setembro a 16 de outubro | Visitação de terça a sexta-feira, das 9h às 17h e sábados, das 9h às 15h | Vernissage em 16 de setembro, às 18h

Petit Galeria Expo (Av. Dr. Hermas Braga, 420 – Nova Campinas)
20 de setembro a 20 de dezembro | Visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h e sábados, das 9h às 12h | Vernissage em 20 de setembro, às 18h (ingressos gratuitos pela plataforma Sympla)

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